Attílio Corrêa Lima – o “inventor” de Goiânia


Attílio Corrêa Lima se formou engenheiro-arquiteto na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, em 1925. Ainda estudante trabalhou no escritório que Agache abriu no Rio, para desenvolver o Plano Diretor da cidade do Rio de Janeiro. Por influência de Agache foi para a Universidade de Paris fazer um curso de pós-graduação em Urbanismo no Institut d’Urbanisme, onde foi aluno de  Henry Prost com quem Agache tinha trabalhado, recebendo uma dupla influência: da nascente sociologia francesa e da concepção estética da Beaux-Arts, que influenciou sua proposta para Niterói (que foi sua tese de pós-graduação) e para Goiânia, posteriormente.

projeto-atilio-niteroiProposta de Attílio Corrêa Lima para Niterói – 1932

O projeto de Goiânia é de 1933 (veja-o abaixo), mas o projeto final foi alterado por Armando de Godói, engenheiro carioca que assumiu o projeto em 1935 quando Attílio morreu num acidente de avião.

goiania-atillioProjeto de Corrêa Lima para Goiânia

goianiaVista de Goiânia, com a  Avenida projetada por Corrêa Lima

Além do projeto de Goiânia, Attílio foi durante um curto período professor de Urbanismo na Escola Nacional de Belas Artes, projetou a cidade de Volta Redonda e projetou o Conjunto Residencial da Várzea do Carmo com forte influência da arquitetura moderna dos CIAMs (Congressos Internacionais de Arquitetura Moderna).

Sobre esse importante arquiteto e urbanista está sendo filmado um documentário com mais de 1 hora de duração, que segundo os autores deverá estar pronto agora no final do mês de Março, e que será distribuido em todas as escolas de Goiânia e para as escolas de arquitetura do Brasil. Veja no video abaixo um trailer do filme.

Agradeço ao Arq. Daniel Amor Presidente do Sindicato dos Arquitetos Urbanistas do Estado de São Paulo por me dar a idéia para esse post.

18 pensamentos sobre “Attílio Corrêa Lima – o “inventor” de Goiânia

  1. O autor fala como se o Atilio tivesse morrido por volta de 1935 quando o engenheiro assumiu sua obra… Entretanto, segundo sua biografia, o acidente que o vitimou ocorreu em 1943…

  2. Esse projeto do plano diretor presente no blog, não é do atílio e sim dos construtores da cidade (irmãos coimbra bueno). Há um documentário sobre vida e obra de Atílio presente no youtube, favor verificar. O do Atílio foi mil vezes melhor. 😀

  3. Gostaria de parabeniza-la por esse artigo em que coloca Atílio Correa Lima, como a pessoa que inventou ou projetou Goiânia. E fica meus respeitos a essa pessoa pouco reconhecida em nossa capital e que os Coimbras e Buenos, deveriam sentires vergonhas; por tentar tirar os mérito desse grande engenheiro. No mínimo que o poder público goiano deveria fazer, era uma estátua de corpo inteiro de Atílio e coloca-lo em um lugar de destaque; como a praça do relógio próximo ao shopping flamboyant

  4. Pode ter sido bem planejada a curto prazo. Atualmente, principalmente depois da construção de Brasília, a cidade cresce desordenadamente e enfrenta um trânsito terrível como as grandes cidades brasileiras.

  5. A Cidade de Goiânia é muito bem planejada, organizada, tem grande potencial de crescer, de se tornar uma Mega cidade, reconhecida no mundo.

  6. Caro Eduardo, Cecília e visitantes deste site;

    Dentro de algumas semanas colocarei no youtube o documentário completo.

    Caso queira uma cópia em DVD favor entrar em conto pelo seguinte e-mail:

    jucafernandesc@hotmail.com

    Desde já agradeço o interesse

    Atenciosamente,

    José Fernandes da Cunha (Juca Fernandes)
    Produtor e Diretor do documentário Attílio – Traços, Arquitetura e Cidades

  7. gostaria de saber onde eu posso encontrar ou assistir este filme, até agora só pude ver o trailer!

  8. Pingback: Twitter Trackbacks for Attílio Corrêa Lima – o “inventor” de Goiânia « THE URBAN EARTH [theurbanearth.wordpress.com] on Topsy.com

  9. O prêmio que possibilitou a bolsa de estudos para Attilio em Paris foi o Prêmio de Viagem à Europa, Prêmio Donativo Caminhoá em 1926. O pré-requesito para participar do concurso era o aluno da Escola Nacional de Belas Artes ter obtido medalha de ouro na finalização do curso. Como aluno brilhante que foi, Attilio venceu na categoria arquitetura com o tema: “Edifícios Comemorativos”.

  10. olá Cecilia, tudo bem? realmente o Attilio estagiou com o Agache.
    a informação que me foi passada pela família de Attilio é de que Attilio primeiramente estagiou com o Agache em Paris, e posteriormente, em 1930 quando voltou ao Brasil, trabalhou na prefeitura do Rio com ele por um curto período. A bolsa é essa mesma, a da Escola Nacional de Belas Artes…

    bem, é isso.

    Obrigado pela atenção e abraços.

  11. José obrigada pelas informações. Só gostaria de registrar que a informação de que Attílio trabalhou no escritório de Agache no Brasil consta em vários livros sobre arquitetura e urbanismo no Brasil, além dele trabalhou lá também Reidy, esse ainda estudante, fazendo estágio. E acredito que a bolsa que Attílio ganhou era uma bolsa da Escola Nacional de Belas Artes, que todos os anos premiava um formando com uma bolsa viagem, premio ao aluno que mais se destacava no curso, isto é, tinha uma bolsa para alunos de pintura, outra para alunos de escultura e uma para arquitetura.

  12. Cara Cecilia Luchese, antes de tudo, nós da produção do documentário Attilio – Traços, Arquitetura e Cidades, gostaríamos de agradecer a citação do nosso trabalho. Muito obrigado.
    Aproveito também esta oportunidade para lhe passar alguns dados que conseguimos através da família de Attilio, e que com certeza enriquecerão este post.
    Attilio Corrêa Lima nasceu em Roma, em 19 de abril de 1901 e faleceu no Rio de Janeiro em um triste acidente de avião em 27 de agosto de 1943, após erro do piloto na aproximação do aeroporto santos Dumont (vôo VASP São Paulo – Rio, prefixo PP-PSD). Neste mesmo vôo faleceram também o jornalista Cásper Líbero e o Arceibispo de São Paulo, dentre outros.
    Em 1935 Attilio deixa o projeto de Goiânia, após cumprir todo o contrato assinado em 1933, devido a problemas políticos e financeiros, ficando a cargo do arquiteto Armando de Godói as alterações da parte sul de Goiânia.
    Armando de Godói foi contratado pela firma Coimbra-Bueno, empresa que foi a responsável pela implantação e construção da cidade, e que por motivos econômicos (exploração imobiliária) forçou a desistência de Attilio. Esta mesma firma omitiu por muitos anos o nome de Attilio como autor do projeto de Goiânia, o que ocasionou um processo na justiça, sendo que a firma Cimbra-Bueno se retratou e corrigiu o problema antes do julgamento.
    Attilio vai para Paris após vencer um concurso do governo brasileiro, ganhando uma bolsa de permanência de 5 anos anos de duração, e lá cursa especialização em urbanismo na Sorbonne, no Instituto de Urbanismo de Paris (IUP), sendo seu projeto final a reurbanização de Niterói. Retorna em 1930 como o primeiro urbanista formado do Brasil.
    É em Paris que Attilio conhece Agache, chegando a estagiar com o mesmo.
    Quando, ainda em Paris, recebe convite do arquiteto Lúcio Costa para lecionar na Escola Nacional de Belas Artes, sendo o primeiro ocupante da cadeira de Urbanismo, cadeira esta que ocupa até meados de 1939, tendo se licenciado no período em que projetou a cidade de Goiânia.
    Em 1936 vence o concurso para a estação de hidroaviões do Aeroporto Santos Dummont (um dos primeiros prédios no estilo modernista – atual INCAER), completando a obra em 1937.
    O conjunto de Várzea do Carmo, sua última obra (Attilio voltava de uma visita à obra quando morreu) foi construído enquanto era arquiteto do IAPI (Instituto de Aposentadoria e Previdência dos Industriários). Desenvolvia concomitantemente em seu escritório o projeto de Volta Redonda – RJ, junto com mais dois sócios, mas que também não completou devido ao seu falecimento.

    Bem, espero ter ajudado.
    Desde já agradeço a atenção e coloco-me a disposição para quaisquer esclarecimentos.

    Atenciosamente,

    José Fernandes da Cunha
    Produtor executivo e Diretor do documentário Attilio – Traços, Arquitetura e Cidades

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