A construção da linha azul – linha 1 – do metrô de São Paulo


(As informações abaixo vem do site do metrô de São Paulo, e mais informações ou sobre a história de outras linhas você pode ler clicando aqui.)

Em meados de 1968, o tão sonhado metrô de São Paulo estava pronto para sair do papel. Em março, o consórcio Hochtief-Montreal-Deconsult (HMD), vencedor da concorrência para a elaboração dos estudos econômicos e do pré-projeto de engenharia da rede, já havia concluído seus trabalhos. Em abril, a Companhia do Metrô de São Paulo foi fundada. Bastava decidir por onde começar as obras.

O projeto desenvolvido pelo consórcio HMD havia proposto a construção de quatro linhas, de traçado semelhante ao das atuais linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 4-Amarela.


mapa da proposta da HMD – 1970

foto metrô memória

Foram identificadas como principais prioridades o descongestionamento do trânsito no centro da cidade e a criação de uma alternativa de coletivo ferroviário para os moradores do corredor norte-sul. A linha que atendia especificamente a essas duas necessidades era a Linha 1-Azul, que iria do bairro do Jabaquara ao Tucuruvi, passando pela Praça da Sé. Em 14 de dezembro, ela começou a ser construída.

metro sp1

metro sp10

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Meses depois de iniciadas, as obras desaceleraram por causa de dificuldades financeiras da prefeitura. O atraso, porém, acabou sendo positivo: nesse período, os técnicos do Metrô se dedicaram a conhecer os sistemas metroviários mais modernos do mundo e perceberam que a proposta do HMD já estava defasada em muitos pontos.  Um dos casos mais exemplares é o da sinalização das vias. O consórcio havia decidido pela operação manual, com semáforos e bandeirinhas, enquanto nos Estados Unidos já se projetavam sistemas computadorizados. Após muita polêmica, os metroviários convenceram a prefeitura de que a tecnologia mais moderna era também a mais segura.

video de 1970 mostra maquete da linha azul

A decisão levou a outra questão fundamental: importar a tecnologia em pacotes fechados ou absorver o know-how estrangeiro? Novamente se optou pelo caminho mais arrojado. Impulsionada pela política de restrição às importações, em vigor na época, a Linha 1-Azul obteve grau de nacionalização próximo a 70%, inaugurando um novo setor na indústria brasileira.

conceição

Destruir a rua, cavar o túnel, levantar as estruturas subterrâneas e recobrir a via. Esses foram os passos básicos do método trincheira, utilizado na construção de vários trechos da Linha 1-Azul. Altamente impactante, a técnica chegou a ser usada em importantes avenidas, como a Jabaquara, transformada numa enorme vala a céu aberto, mas era inadequada a zonas mais delicadas da cidade, como o centro antigo.
obras método trincheiraobras pelo método trincheira
foto metro SP memória
metro sp12
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Nessas áreas, utilizou-se o Shield, uma broca gigante que trabalha sob a terra, logo apelidada de “tatuzão”. Importado, o equipamento foi recebido com alvoroço no Porto de Santos. Graças a ele, foi possível construir os túneis sob prédios históricos, como o mosteiro de São Bento e o Pátio do Colégio, e perfurar os subterrâneos do coração financeiro da cidade, na Rua Boa Vista, com pouquíssimas conseqüências para o patrimônio e o cotidiano da cidade.

obras em shieldobra em shield

foto metrô sp memória

metro sp5

metro sp

video do site do metrô sp

A linha foi inaugurada em 1974. No início das operações, o metrô chegava, ao norte, à Estação Santana. A extensão até o Tucuruvi foi realizada entre 1981 e 1998.

treinamento da populaçãotreinamento da população – 1974

foto metrô sp – memória

treinamento da população2treinamento da população – 1974

foto metrô sp memória

inicio da operação da linha 1 1974início da operação da linha 1 – 1974

foto metrô sp memória

Erguidas de acordo com as diretrizes arquitetônicas estabelecidas pelo consórcio HMD, as estações da Linha 1-Azul têm características que as diferem do restante da rede. Como até então não se previa a integração com outros sistemas de transporte, as construções tiveram forte caráter subterrâneo, sendo pouco harmonizadas com o espaço externo. A exceção é a Estação Sé, cuja cobertura transparente permite a entrada de luz natural.
estação séEstação Sé – anos 70
estação são joaquimEstação São Joaquim – anos 70
estação santa cruzEstação Santa Cruz – anos 70

Ao norte, a linha apresenta um trecho elevado. A Estação Armênia, localizada sobre o Rio Tamanduateí, teve seu projeto premiado pelo Instituto de Engenharia de São Paulo, em 1967.

metro sp8

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estação armeniaEstação Armênia – anos 70

foto metrô sp – memória

Construídas décadas depois, as estações ao norte de Santana apresentam novidades introduzidas no Metrô no decorrer dos anos. São exemplos as obras de arte, o acesso a deficientes físicos e as estruturas de integração com outros meios de transporte. Destaca-se o projeto da Estação Jardim São Paulo, premiado na “II Bienal Iberoamericana de Arquitectura e Ingenieria Civil de Madrid”.

estação jardim sp 1990Estação Jardim São Paulo – final dos anos 90

A linha azul foi inaugurada em 1974. Entre a inauguração do primeiro trecho e o total funcionamento da linha, do Jabaquara a Santana, nos sete dias da semana, das 5h às 24h, passou-se um ano e meio. A implantação gradual serviu para acostumar tanto os usuários quanto os funcionários ao novo sistema, permitindo ajustes na operação.

 

metro sp13

metro sp3

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praça da árvore 1970construção da Estação Praça da Árvore – 1970

foto metrô sp – memória

(as fotos sem crédito me foram enviadas por email – obrigada  Alfeo Rohm e Valentim Gueller Neto)

15 pensamentos sobre “A construção da linha azul – linha 1 – do metrô de São Paulo

  1. realmente, demorou muito para completar o metro de santana ate tucuruví,,.muito tempo mesmo!!! sinal de corrupiçao ja do passado
    que ate hoje nao muda!!!!! diferentes de outros paizes. as vezes da vergonha de ser Brasileiro.

  2. Eu morei em São Paulo e atualmente moro no interior do estado, mais precisamente perto de Araraquara. andei muito de metrô e quando eu vou a capital eu aindo ando de metrô, poiis eu dependo dele, com certeza é o melhor transporte público que eu já andei, mais naquela época ou mais precisamente quando a capital paulista tinha ao menos oito milhões de pessoas, o metrô paulista estava parcialmente regular por conta da demanda, mais com essa atual população a maior cidade do país precisa de no mínimo 500 estações de metrõ nos mais diversos sentidos e aliado a mais linhas de ônibus, mais itinerários novos, além de diversas faixas de ônibus. É possível sim da conta da demanda, mas tudo depende não só do governo, mas sim da população paulistana. poderia ter também o fura fila, monotrilho, diversos trens nos sentidos diferentes, bondes terrestres, bondes teleféricos nas periferias e lugares de grande acessos, bem como micrroônibos e vans. também podia se pensar na redução de impostos de combustíveis,nos ICMS de transporte e de combustível de modo geral e baratear o custo dos táxis. também as ciclovias e motovias são indispensáveis aliados as obras que deveriam ser feitas nas grandes ruas e avenidas da capital e principalmente dividir as estações ferroviárias para receber os ônibus de viagens municipais, estaduais, nacionais e internacionais. eu também vos aconselho as pesquisas e enquetes sobre os mais diversos temas sobre os transporte público juntamente com a população da maior cidade do país. são obras grandes e com certeza além de custar bilhões de dólares, reais ou euros vai beneficiar a população. no começo como em qualquer grande obra é lógico que causará transtorno, mais eu vos deixo claro que o absurdo de impostos que nós pagamos daria para fazer muito mais do que uma grande obra.

  3. Era uma época que se construía o Brasil, agora o PSDB esta a 20 anos e me fala uma estrada construída uma hidroelétrica, só privatizam o que já temos Metro, Bandeirantes Anhanguera Anchieta Washington Luiz, Dutra Itaipu, já tínhamos, se dependêssemos do PSDB ficaríamos só com as contas da privatização, está na hora de dar um basta, saudade dos tempos que o trabalhador tinha valor, agora só diretos humanos para os manos.

  4. Boa tarde. A Linha 8 – Diamante da CPTM atualmente vai até a estação Júlio Prestes, no centro de SP. Li que será construída uma estação na Favela do Moinho e a JPrestes será desativada. Gostaria que fosse encaminhada uma sugestão para que a Linha 8 seja ligada à estação da Luz por um sistema de esteiras, permitindo integração imediata à linha Azul do Metrô, na estação da Luz. Essa conexão desafogaria a Barra Funda, sendo desnecessário o desembarque na B.Funda de quem deseja ir para a linha Azul.

  5. Ola,boa tarde.

    Gostaria de saber a que profundidade estão os víveis mais baixos das estações Sé,Luz e República.

  6. Eu estava na inauguração da linha azul – linha 1 – em 1974
    Gostaria de receber fotos, videos daquele dia
    Tinha bastante autoridade.
    OBRIGADO

  7. eu ver história passado metrô contrução muito subruito saber tudo conheceu São Paulo cidade grande bonito ,Eu sentir vontade quero visitar depois meu amigo surdo casa dormir trabalhar passear folgado sabado ,domingo aproveite ,eu morar Vitória ES verdade ……

  8. 17 anos para fazer 3 estações é brincadeira hein? Cansei de ver a obra parada já ficando verde-fungo… muito pouco metrô comparado com Paris e NY por ex.

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